Lula traiu a “amante” que tanto exaltou

Em um discurso no Palácio do Planalto, durante a cerimônia que marcou dois anos dos ataques de 8 de janeiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) proferiu uma frase que, no mínimo, causou perplexidade: “Eu sou um amante da democracia. Não sou nem marido, eu sou amante, porque, na maioria das vezes, os amantes são mais apaixonados pela amante do que pelas mulheres”. A declaração, além de incoerente, traz uma carga de ironia difícil de ignorar.

Dias depois, o suposto “amante” traiu a quem ele jura “amar”. O envio da embaixadora Glivânia Maria de Oliveira para representar o Brasil na posse do ditador Nicolás Maduro evidencia mais uma vez o compromisso de Lula com regimes ditatoriais, como o chavista, que ignora os princípios democráticos que ele diz amar. Esta atitude é uma afronta aos valores democráticos e um tapa na cara daqueles que ainda acreditam no discurso de Lula como um defensor da democracia. Pode até ser que ele defenda a democracia, mas é a relativa, como ele mesmo já declarou.

A decisão de participar da posse de Maduro é um claro reconhecimento da legitimidade de um regime que é alvo de sanções internacionais e que viola os direitos humanos de seu próprio povo. Este ato contradiz não apenas a retórica oficial de Lula sobre democracia, mas também isola o Brasil das principais democracias mundiais que se recusam a validar uma “eleição” amplamente reconhecida como roubada e fraudulenta, mas tem o apoio do “amante da democracia”. Parece até piada.

Como jornalista, me sinto compelido a expressar minha indignação. É ultrajante que, em pleno século 21, ainda vejamos um chefe de Estado brasileiro apoiando regimes opressores que pisoteiam a liberdade e promovem crises humanitárias. Mais ainda, é lamentável que o presidente desperdice uma plataforma importante, a qual ele denominou como a comemoração da democracia, com uma fala desconexa e sem foco.

Essa postura tem consequências graves. Ao reforçar laços com Maduro, Lula envia uma mensagem clara de apoio a uma ditadura, ignorando as vozes que clamam por democracia na Venezuela. A comunidade internacional, incluindo Estados Unidos, União Europeia e Grã-Bretanha, age com sanções para pressionar por mudanças no país vizinho. Enquanto isso, o Brasil prefere manter um vínculo que é, na prática, um endosso à repressão.

É preciso questionar: onde está o verdadeiro compromisso de Lula? Com a democracia, que ele jura de mãos postas e pés juntos amar, ou com regimes autoritários que ele não cansa de apoiar? Suas ações falam mais alto que suas palavras, e os brasileiros merecem mais do que incoerência e retórica vazia.

É hora de cobrar responsabilidade e coerência de nossos líderes. Não podemos permitir que o Brasil seja um facilitador de ditaduras enquanto nosso povo sofre com crises internas e nossa imagem é manchada no cenário internacional. A democracia merece mais do que ser tratada como uma “amante” traída; ela deve ser o alicerce inabalável de nossa nação.

Por Edivaldo Santos: Jornalista (CRP/BA 0006663/BA), radialista (DRT 5072/BA) e youtuber. Como jornalista já atua há mais de 10 anos. Atualmente é diretor de jornalismo do Portal Veja Aqui Agora . Desde 1984, atua no rádio, começando sua trajetória na Rádio Fundação Ide e Ensinai, em São Gonçalo dos Campos, na Bahia. Também trabalhou na Radio Cultura AM, Carioca AM, Betel FM, Cidade FM. Foi diretor da Comunidade FM, todas em Feira de Santana e atualmente trabalha na Rádio Elos, onde apresenta o Programa Bom Dia Felicidade, de segunda a sexta-feira, das 10h ao meio dia, também na mesma cidade. Também dirigiu a Rádio Shekiná FM em Vinhedo, São Paulo e trabalhou como apresentador na Jerusalém FM na capital paulista. Como youtuber, administra os canais “Veja Aqui Agora News”, com mais de 160 mil assinantes e “Retratos da Realidade” com mais de 15 mil. Para contato: vejaaqui.agora@hotmail.com