O aumento histórico do dólar, ultrapassando a marca de R$ 6, escancarou mais uma vez a incapacidade do governo do PT de lidar com situações críticas de forma eficaz. Em vez de assumir a responsabilidade e enfrentar o problema de frente, o governo segue a velha cartilha: procura culpados externos para suas próprias falhas. O comportamento é emblemático de uma gestão que, ao invés de buscar soluções, dedica-se a justificar o injustificável e perpetuar um discurso vitimista.
O caso recente exemplifica isso perfeitamente. Enquanto parte do partido acusa os investidores da Faria Lima de “sabotagem especulativa”, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se refugiou em uma narrativa de “falhas de comunicação”. É uma justificativa que não convence. Se o problema era mesmo de comunicação, os “esclarecimentos” de Haddad deveriam ter ajudado a estabilizar o mercado, mas o que vimos foi o contrário: o dólar continuou em alta e o mercado mais desconfiado do que antes.
Dois fatores contribuem para esse cenário desastroso:
- Promessas que não se sustentam na realidade: Haddad prometeu que a isenção do Imposto de Renda seria neutra fiscalmente, equilibrando a balança com a taxação de rendas mais altas. Mas o Congresso, como bem sabemos, é uma “fábrica de salsichas” — o resultado nunca é o planejado. O ministro sabia dos riscos, mas preferiu lançar promessas irreais ao invés de construir soluções práticas.
- Um governo desarticulado e sem prioridades claras: O pacote de medidas deveria ser uma resposta firme à instabilidade econômica e ao dólar em alta. Mas ao invés disso, foi um misto de cortes superficiais e isenções tributárias que, somadas, não convenceram ninguém. Haddad demonstrou que sua influência nas decisões cruciais é limitada, e o governo Lula mais uma vez deixou claro que equilíbrio fiscal só é prioridade no discurso para agradar o mercado.
É nítido que o problema do governo não é comunicação, mas sim coerência e competência. Os investidores e a sociedade entendem muito bem a mensagem que o governo transmite: falta compromisso real com a responsabilidade fiscal e há uma disposição quase instintiva para transferir a culpa a terceiros.
O que mais me preocupa, como jornalista e cidadão, é essa cultura enraizada de culpar os outros pelos próprios erros. Governar exige assumir responsabilidades, corrigir rotas e aprender com os erros. No entanto, quando um governo prefere encontrar bodes expiatórios ao invés de corrigir suas falhas, o preço é pago por todos nós, com inflação, desemprego e incertezas econômicas.
O incompetente, como bem sabemos, nunca assume seus erros. Ele aponta o dedo para qualquer um que não seja o reflexo no espelho. Mas enquanto o governo não admitir que suas políticas inconsistentes e desarticuladas são a raiz do problema, o dólar continuará subindo, os investidores seguirão desconfiados, e o Brasil permanecerá à mercê de uma gestão que mais atrapalha do que resolve.
Por Edivaldo Santos
Jornalista (CRP/BA 0006663/BA), radialista (DRT 5072/BA) e youtuber. Como jornalista já atua há 10 anos e atualmente é diretor de jornalismo do Portal Veja Aqui Agora . Desde 1984, atua no rádio, começando sua trajetória na Rádio Fundação Ide e Ensinai, em São Gonçalo dos Campos, na Bahia. Também trabalhou na Radio Cultura AM, Carioca AM, Betel FM, Cidade FM. Foi diretor da Comunidade FM, todas em Feira de Santana e atualmente trabalha na Rádio Elos, onde apresenta o Programa Bom Dia Felicidade, de segunda a sexta-feira, das 10h ao meio dia, também na mesma cidade. Também dirigiu a Rádio Shekiná FM em Vinhedo São Paulo e trabalhou como apresentador na Jerusalém FM na capital paulista. Como youtuber, administra os canais “Veja Aqui Agora News”, com mais de 160 mil assinantes e “Edivaldo Santos News” com mais de 15 mil assinantes. Para contato: vejaaqui.agora@hotmail.com